Rota Videmonte - Verdelhos - Loriga

Variantes

T31 - Quinta do Fragusto - Cruz das Jogadas
T32 -Poço do Inferno - Manteigas - Nave


"Ligação T3 - Videmonte - Verdelhos - Loriga, pela encosta nascente da Estrela. Atravessa os vales dos rios Mondego e Zêzere e os vales das ribeiras de beijames, de Unhais e de Alvoco até Loriga. Segue parte do traçado duma via xistento de Beijames com solos ricos de aluvião. Bordeja o planalto da Torre pela Nave de Santo António. De Unhais da Serra até Loriga transpõe a Muralha, cumeada que divide a Beira Baixa da Beira Alta."


Videmonte - 960m

"As alminhas e as cruzes dos mortos são singelos monumentos que assinalam a morte inesperada de alguém nesse mesmo local. A morte resultou dum fenómeno natural repentino, de crime cometido por alguém, de zangas com consequências irremediáveis ou assaltos por motivo de roubo. Este culto atinge um notável incremento a partir do século XVII, abrangendo todo o território, com especial incidência a norte do Mondego. Com a introdução de novos padrões e novos costumes este culto vai desaparecendo. Todavia, ainda são testemunhos da arte criada pelo povo, da sua religiosidade e da lembrança dos seus mortos.

Todo este traçado que vem de Videmonte, passando neste preciso local, fazia parte do troço de estrada romana que ia de Mérida a Braga. Na área do Parque Natural da Serra da Estrela, passava em Valhelhas, Famalicão da Serra, Quinta da Taberna, Videmonte, Linhares e seguia em direcção a Viseu."

Quinta da Taberna - 840m

"Um pequeno aglomerado agrícola, ainda habitado."

Quinta do Fragusto - 990m

"Para trás ficou a bacia do Mondego, à nossa frente estende-se a bacia do Zêzere(Tejo), num vasto mundo de xisto, com lombas e valados, cobertos duma vegetação mediterrânica, com estevas, azinheiras, carrascos, urze, carqueija, entre outras."

Valhelhas - 570m

"É uma freguesia de grandes tradições históricas. Tem um povoamento muito antigo, remontando, segundo alguns autores, à época pré-história. Existem vestígios dum castelo de traçado romano, sobre um castro lusitano. Era local de passagem da via romana, Mérida-Braga, já atrás referida, existindo ainda alguns marcos miliários.

Com cerca de 286 habitantes, esta população vive essencialmente do sector primário. Refere-se a existência do pelourinho com data 1503 e ainda o actual muro do cemitério, apenas o que resta dum torreão com 15 metros de altura pertencente ao antigo castelo. "

Verdelhos - 570m

"Com cerca de 2000 habitantes, nos anos 60, ali vivem hoje 883 pessoas. Verificou-se uma quebra significativa da população, devido à emigração para a França. Com cerca de duas mil cabeças de gado caprino, esta gente vive sobretudo da agro-pecuária, embora a camada mais jovem seja absorvida pela fábrica dos têxteis de Covilhã.

Era uma aldeia com casas construídas em xisto, encontrando-se hoje bastante descaracterizada por novas construções."

Poço do Inferno - 1080m

"Garganta aberta por um afluente do Zêzere, a ribeira de Leandres, que desce das alturas do Curral da Nave na linha de contactos do xisto com o granito. Vale a pena admirar o efeito espectacular desta queda de água."

Lagoa Seca - 1456m

"Este local, com vestígio de glaciação, situa-se para além das moreias laterais do Zêzere, levando os estudiosos a colocar a hipótese de outras glaciações anteriores à Wúrmiana. No entanto, ele constituirá apenas um episódio glaciar. Depois dum primeiro ímpeto violento, os gelos ultrapassaram os limites da portela para imediatamente estabilizar a um nível inferior."

Nave de Santo António - 1550m

"A Nave é uma "planície arenosa de aluvião" que teria sido em tempos, lagoa glaciárica. Extenso cervunal, semeado de blocos arredondados e de rochas aborregadas, constitui, no verão, um manto de verdura onde se apascentam numerosas cabeças de gado."

Covão da Mulher - 1490m

"Em 1940, a Penteadora fez o aproveitamento hidroeléctrico das águas da bacia de Alforfa. Com utilização de mão de obra local, construiu as centrais Covão de Ferro, Pedra Figueira, Alforfa e Coucinhos. Foi feito um contacto com a população para utilização das águas dos lameiros, perante a promessa do fornecimento gratuito de 2,5Kw por mês, constituindo hoje apenas um valor simbólico de que as pessoas não abdicam. Esta nova utilização das águas teve repercussões no abandono agrícola dos lameiros, sobretudo os situados a maior altitude."

Unhais da Serra - 650m

"Esta povoação é atravessada pelas ribeiras de Alforfa, Estrela e Ribeirinha, que se juntam formando a ribeira de Unhais de Serra. Apenas 13% do seu território é utilizado na agricultura. Com 1261 habitantes, a sua população activa vive essencialmente dos têxteis. A unidade têxtil "A Penteadora" absorve para cima de setecentos empregos. Possui uma estância termal com águas medicinais (sulfúreo-sódica, mesótermal a 31º) bastante radioactivas, indicadas para o reumatismo, catarro das mucosas, hemorroidas e dermatoses. Nos tempos áureos da sua indústria têxtil, possuía casino."

Portela de Alvoaça - 600m

"Para trás, ficou o concelho da Covilhã, a Cova da Beira, a bacia do Tejo, a Beira Baixa. À frente, o concelho de Seia, a Bacia do Mondego, a Beira Alta."

Alvoco da Serra - 620m

"Com cerca de 334 habitantes em toda a freguesia, esta povoação é banhada pelo Rio Alvoco. A antiga vila e sede do concelho teve foral de D. Manuel em 1514. O concelho foi extinto em 1828. Esta localidade foi das primeiras a industrializar-se com fábricas de lanifícios, hoje desaparecidas. A maioria da população trabalha na agricultura e há quem se desloque até Loriga, São Romão ou Seia para trabalhar na indústria."

Loriga - 770m

"A Vila de Loriga fica situada na Serra da Estrela, a cerca de 770 metros de altitude, como que protegida por duas sentinelas vigilantes e altivas que parecem tocar no céu, e que são a Penha do Gato com cerca de 1800 metros e a Penha dos Abutres com mais de 1800 metros. Uma estrada serpenteante e magnifica para o turismo, bem lançada em audaciosas curvas pelas encostas da serra onde a engenharia moderna pôs todos os seus recursos, leva-o a Loriga onde ao chegar contemplará embevecido o casario branco para, de imediato, lhe dar a impressão de que assenta sobre um trono onde a Natureza parece ser soberana num verdadeiro reino de esplendor. Estes montes que a circundam e lhe ornam a fronte, oferecem aos visitantes surpreendentes paisagens, ao mesmo tempo o abismando na miragem dos cerros íngremes, cortados a pique, ou na ondulação caprichosa de vales e montes, onde a água cristalina brota e desliza, como cantando numa rumorejante melancolia por todo o lado e, as suas ribeiras, de braços abertos essas águas recebem para oferecerem aos rios e estes as levarem ao mar.

Loriga é uma das terras serranas mais formosas, bem digna da visita dos turistas, onde, entre os mais diversos predicados naturais e artísticos, decerto encontrará também o descanso e a paz de que necessita. A gente desta Vila é hospitaleira, simpática e, acima de tudo, amiga desse seu torrão. A evindenciá-lo, é estarem dispersos pelas ruas da vila, marcos fontanários e outras recordações que atestam bem o vincado amor desse seu povo à terra natal."

in " À descoberta da Estrela - Grandes Rotas Pedestres - 2ª Edição"
in " http://www.loriga.de/index3.htm
Comentários
"Só passei para dar os meus parabéns por este site ,porque quem gosta de natureza e vida ao ar livre devia passar por este pequeno e belo refugio. Obrigado por falarem da Mizarela."
Pereira
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