Cobra de água viperina

Natrix Maura


Identificação

É uma cobra de pequenas dimensões, com o corpo relativamente fino e pouco comprido. Cabeça bem destacada do tronco e focinho aplanado. Coloração: Coloração dorsal de fundo muito variável, em geral acastanhada, amarelada ou esverdeada, O desenho dorsal consta geralmente de uma série de manchas escuras de forma e dimensões variáveis, formando frequentemente uma banda dorsal irregular em zig-zag. Por vezes existem duas bandas longitudinais claras, mais ou menos bem definidas. Na parte posterior da cabeça é frequente a presença de uma mancha escura em forma de V (com vértice anterior).

Região ventral de cor esbranquiçada/amarelada a encarniçada, com manchas escuras quadrangulares. São referidos animais melânicos, encarniçados e albinos. Forma da pupila: Redonda Escamas: Duas escamas pré-oculares e duas escamas pós-oculares. Habitualmente 7 supra-labiais de cada lado com 3 a 4 contactando com o olho. Uma temporal anterior e 2-3 posteriores. Rostral não interposta claramente entre as internasais, que contactam entre si através de uma ampla sutura. Frontal mais comprida que larga. Dorso revestido por escamas fortemente carenadas.

Dimorfismo Sexual as fêmeas atingem, em geral, maiores dimensões do que os machos e têm geralmente as caudas proporcionalmente mais compridas. Descrição do juvenil Os recém nascidos medem em geral entre 17 e 20 cm de comprimento total e o seu aspecto é basicamente semelhante ao do adulto.

Dimensões

Comprimento total de cerca de 100 cm, correspondendo em geral 18 cm à cauda.

Distribuição

Em Portugal é muito abundante e a sua população distribui-se ao longo da faixa fronteiriça oriental, distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja...


Ecologia

Encontra-se frequentemente em canais de irrigação, rios, ribeiras, charcos, barragens etc., sendo tolerante a níveis elevados de salinidade. Contrariamente à sua congénere N. natrix, esta espécie raramente se afasta muito da água, sendo excelente nadadora. Evita o excesso de insolação permanecendo dentro de água ou entre a vegetação das margens. De modo a favorecer a termorregulação costuma expandir-se lateralmente sobre o substrato.

É totalmente inofensiva. Quando molestada exala uma secreção cloacal de odor fétido. Em posição de defesa, expande lateralmente a parte posterior da cabeça, tornando-a mais triangular e enrola-se, emitindo silvos. É este comportamento que, associado à frequente presença do desenho dorsal em "zig-zag", a faz assemelhar-se às víboras, donde a sua designação popular.

Pode manifestar-se activa tanto de dia como de noite, dependendo da época do ano. Na Primavera e Outono são basicamente diurnas. No Verão têm actividade também nocturna. Interrompe a actividade nos meses mais frios (Novembro/Fevereiro), permanecendo em orifícios nas margens, em galerias de micromamíferos e entre as raízes das árvores.

Alimentação

Alimenta-se sobretudo de anfíbios (adultos e larvas), pequenos peixes, insectos e gastrópodes. Só esporadicamente captura micromamíferos.

Reprodução

A idade de maturação é dos 4 a 5 anos nas fêmeas, sendo os machos mais precoces (3 anos). Podem existir dois períodos de acasalamento anuais, na Primavera entre Março e Maio e no Outono em Setembro / Outubro. O período de incubação depende da temperatura ambiental. As eclosões decorrem entre Agosto e Outubro.

A postura geralmente varia entre 4 a 14 ovos, sendo os ovos depositados na proximidade da água, sob pedras, entre as raízes de arbustos ou entre restos vegetais em decomposição. Por vezes constituem núcleos numerosos, o que sugere alguma selectividade na procura dos locais de postura.

Factores de Ameaça

Alteração/Destruição do habitat
Destruição/Perturbação de indivíduos
Escassez de informação biológica e ecológica

in " http://darwin.icn.pt/sipnat/wgetent?userid=sipnat&type=ecran3&codigo=96.011.001.026.001
Comentários
"Quem passa pelo Covão da Ponte não esquece, e eu que o diga. Embora já lá tenha estado noutras condições (Inverno), estes dias que passei lá recentemente foram "Show"."
Vítor Marques
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