Gato-bravo

Felis silvestris


Identificação

Carnívoro de médio porte, semelhante a um gato doméstico ( Felis catus) listado ou malhado, mas mais robusto. A principal característica distintiva da espécie é a sua cauda grossa e de aspecto tufado, que apresenta 3 a 5 anéis pretos, largos e bem espaçados, terminando numa ponta negra arredondada.

Animal esquivo e de hábitos nocturnos, o gato-bravo é extremamente difícil de observar na natureza. Contudo é possível encontrar indícios da sua presença: pegadas arredondadas, geralmente maiores que as de um gato doméstico (embora possa ocorrer alguma sobreposição), nas quais apenas 4 dedos (sem garras) e a almofada principal, trilobada, são visíveis (o 5º dedo da pata anterior e a almofada metacárpica não ficam marcados); excrementos compactos de forma cilíndrica, muitas vezes pontiagudos nas extremidades e, quando frescos, com um forte odor almiscarado (ver Dimensões).

Ecologia

Carnívoro essencialmente nocturno, utiliza meios florestais com subcoberto vegetal denso, bem como zonas de galeria ripícola junto aos rios e vales de ribeiras e áreas rochosas. Nos ambientes mediterrânicos o gato-bravo encontra-se fortemente associado aos bosques e matagais mediterrânicos. Quando em repouso procura locais de difícil acesso, geralmente em cavidades nos troncos de árvores, de rochedos ou em tocas abandonadas.

Alimentação

Alimenta-se maioritariamente de lagomorfos (principalmente coelho-bravo) e roedores.


Reprodução

Os acasalamentos ocorrem no final do Inverno e na Primavera e os nascimentos entre Abril e Setembro, com um pico em Maio. O período de gestação é de 63 a 70 dias e, em média, as ninhadas são de 3 a 7 crias, que nascem cegas mas cobertas de pêlo (mais escuro e com marcas mais distintas que o adulto). Apenas a fêmea presta cuidados às crias, que se tornam independentes aproximadamente aos 5 meses de idade. A maturidade sexual é alcançada aos 10-12 meses.

Factores de Ameaça

Espécie classificada como Insuficientemente Conhecida, categoria onde apenas se incluem as espécies que se suspeitam estar verdadeiramente ameaçadas, mas cuja informação disponível é insuficiente para decidir se deve ser classificada como Em Perigo, Vulnerável ou Rara.

Como factores de ameaça para o gato-bravo são apontados a modificação e/ou a destruição do habitat, a perseguição directa e a hibridação com populações assilvestradas de gato doméstico.

Por modificação e/ou destruição do habitat entende-se, entre outros factores, o desenvolvimento de culturas intensivas monoespecíficas (plantações de resinosas, eucaliptais, etc.) acompanhadas do desaparecimento dos contínuos vegetais, a construção de redes viárias, e as acções de desmatação e de desarborização com fins múltiplos. A alteração profunda do habitat utilizado pela espécie tem implicações graves no estado das suas populações uma vez que implicam a sua fragmentação, com efeitos a médio/longo prazo muito negativos ao nível genético (e.g. perda de variabilidade genética).


Apesar protegido, admite-se que a espécie seja frequentemente perseguida, sendo igualmente muito provável o uso generalizado de laços, ferros e veneno.

De todos os factores de ameaça, a hibridação com o gato doméstico é apontado como o principal perigo para a integridade da espécie, que a longo prazo poderá constituir uma verdadeira ameaça à manutenção do fundo genético do gato-bravo europeu.

in " http://carnivora.fc.ul.pt/gatobravo.htm
Comentários
"Muito bonito, aliaz o parque de campismo mais bonito onde estive até hoje. Apesar de estar frio e não poder desfrutar de uns mergulhos no rio vou voltar de certeza."
Rui Carmo
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