Mário Rocha
"Caros amigos da natureza: Atendendo ao pedido do "autor deste site" vou dar a minha opinião sobre uma das maravilhas da natureza, que é o parque natural do Covão da Ponte na Serra da Estrela, tambem conhecido por Castanheira, isto, ao mesmo tempo que narro a história como descobri o referido parque.Estávamos em Agosto no ano de 1989, quando o meu cunhado António Amorim "mais conhecido por Tozé" me convidou, assim como á minha companheira Lúcia, para fazer-mos uma semana de campismo na Serra da Estrela, local onde passou a lua de mel na Pousada de S.Lourenço. Aceitamos o convite e precisamente nessa Pousada perguntamos qual o parque de apoio ao campismo mais próximo, sendo-nos indicado o Covão da Ponte. Metemo-nos ao caminho e devo dizer que foi uma odisseia para chegar ao parque!... Pois o caminho era para carros todo o terreno e não para utilitários, pobre carro, até mudou de cor com tanto pó "para além dos danos físicos" mas valeu a pena.
Ao chegarmos perto do parque tivemos de sair do carro para inspecionar uma ponte de madeira com o fim de ver se aguentava o carro, aguentou e eis-nos em pleno paraíso!... Com relva, árvores, pinhal, cabras, pássaros, batatas, milho, centeio, águias, lareiras para churrasco e o belo rio Mondego no interior do parque cheio de trutas. E a receber-mos gente maravilhosa que nos acolheu como família.
No bar de apoio o Joaquim, mais conhecido em Aldeias-Gouveia por o ferreiro. Foi nesse bar que á luz de uma máquina de petróleo, bebemos umas cervejas frescas em gelo e comemos uma inesquecível feijoada feita na lareira numa panela de ferro com três pés, confeccionada pelo Joaquim. No apoio e manutenção ao parque tivemos o Quim Monsanto outro amigo do peito que fazia com que o parque estivesse sempre limpo e o rio cheio de trutas é proibido pescar "lembrando os campistas", porque o parque é um local natural e é sempre necessário preservar.
Depois conhecemos o ti João "o lavrador" e homem do queijo .E é com estas três pessoas, cada uma dando o que tinha que passámos tardes de merendas namoráveis, assim como longas noites de conversa. Já nas tendas para nos embalar o sono, tinha-mos as trutas a imergir e a emergir da água provocando um barulho anestesico.
A ocupação do parque era composta 95% por estrangeiros com quem mantinha-mos um relacionamento excelente, havia sempre tradutores para quem não falasse a lingua. As noites de lua cheia são inesquecíveis, parece que tocamos as estrelas. Os anos foram passando mas continuo fascinado pelo parque, conheci pessoas de quem jamais me esquecerei, por exemplo: o Tó do bar, que juntamente com o meu filho Tiago animavam as noites do bar com as suas guitarras e canções, juntamente com o Fausto e família de Oliveira do Bairro, que saudades!... As caminhadas á nossa Senhora Dacedace, os passeios de bicicleta a Folgosinho e ao vale do Zêzere. Haveria tanta coisa a relatar, mas penso que o essencial fica dito e para que os visitantes deste site fiquem a saber o quanto gosto do mágico Covão da Ponte, só lhes digo que desde 1989 até este ano 2005 só falhei duas vezes. Mas tambem devo dizer que gostei mais dos primeiros anos, pois a partir da altura em que o acesso passou a ser asfaltado passaram a aparecer os campistas que podem gostar de fazer campismo, mas não devem gostar tanto da natureza.
Bom, mas já que o asfalto existe, penso que os responsáveis do Parque Natural da Serra da Estrela em Manteigas se têm de preocupar nas pessoas que colocam todos os anos no apoio ao Covão da Ponte, pois não podem só saber preencher fichas de inscrição e abrir cancelas, mas sim e ecenssialmente, fazerem a pedagogia dos valores da natureza junto dos campistas, principalmente aos de fim de semana. A exploração do bar de apoio penso que esta bem entregue ao Bernardo é uma pessoa cinco estrelas.
E termino com um apelo aos verdadeiros amantes da natureza: Visitem o COVÃO DA PONTE!"
Ano de 2005