Gaio

Garrulus glandarius


Identificação

O Gaio é um corvídeo de dimensões médias, medindo cerca de 35 cm de comprimento e 52 a 58 cm de envergadura. Dentro da família Corvidae é a espécie mais colorida: coroa listada de cinzento-acastanhado e branco, "bigode" preto, peito e barriga castanho-rosado, asa pretas com uma banda branca larga e com parte das grandes coberturas azuis riscadas de preto, uropígio branco e cauda preta. O bico, curto e forte, é preto.

O Gaio é uma espécie que não oferece dificuldade na sua identificação, sendo facilmente reconhecido em voo pelo painel branco nas asas e pelas conspícuas e únicas coberturas azuis e pretas. Pelo facto de ser uma ave florestal a sua observação pode ser trabalhosa. Mais comum é ouvir os gritos ásperos que emite com frequência, bem como todo um leque de imitações de cantos e chamamentos de outras aves.

Distribuição

Distribui-se por todo o Paleárctico, ocorrendo desde o Norte de África, por quase toda a Europa, chegando a leste até ao Japão. Nas últimas décadas esta espécie tem vindo a expandir a sua área de distribuição, sobretudo devido à ocupação de novas áreas florestadas e de zonas urbanas e suburbanas.

À semelhança do que acontece na Europa, em Portugal o Gaio é uma ave comum que se distribui por todo o território, sendo, no entanto, mais abundante no norte e centro do que no sul do país.


Ecologia

O Gaio é uma ave tipicamente florestal e que ocorre em todo o tipo de habitats florestais: carvalhais, pinhais, montados, florestas de coníferas e florestas mistas de folhosas e resinosas. Parece preferir matas de densidade média e com sub-bosque. Em algumas regiões, esta espécie começou a ocupar pequenos bosques e mesmo parques rurais e urbanos. Alguns hábitos de alimentação, como o de enterrar bolotas, evidenciam a forte e antiga relação que estas aves têm com os carvalhais, provavelmente o seu habitat de eleição.

Alimentação

Omnívoro. Alimenta-se de invertebrados, principalmente escaravelhos e larvas de borboletas, de frutos e de sementes, preferindo as bolotas. Durante a época de reprodução grande parte do alimento, sobretudo lagartas e outros insectos, é obtido nas folhas das árvores; no resto do ano os gaios alimentam-se principalmente no solo.

No Outono os gaios fazem provisões de bolotas das quais se alimentam no Inverno. Apanham as bolotas nas árvores, guardando-as no papo e transportando-as de seguida para o solo onde as escondem sob o manto de folhas ou musgo. Durante o Inverno, alimentam-se desta fonte armazenada, não hesitando na hora de alcançar o local de cada bolota. Os gaios demonstram assim uma notável memória visual.

Reprodução

O Gaio constrói o ninho em árvores ou em arbustos, mais raramente em buracos de árvores. Utiliza folhas, musgo, ervas e pequenos galhos como material de construção. A postura, de 5 a 7 ovos, é efectuada no mês de Abril, prolongando-se a incubação por um período de 16 a 17 dias. As crias deixam o ninho com cerca de 21 dias de idade.


Factores de Ameaça

A desflorestação e a perseguição humana constituem os dois principais factores de ameaça para esta espécie. Contudo, em muitos países europeus tem-se vindo a registar um aumento ndos seus efectivos populacionais, devido à florestação com coníferas de áreas de grande dimensão e também à diminuição da pressão humana, que permitiu inclusivé a ocupação de zonas urbanas e suburbanas.

in " http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=11014&iLingua=1
Comentários
"Sendo Beirão, de Peraboa, são espaços e passagens por mim conhecidas. Passei por lá anteontem dia 7 e cada vez fico mais maravilhado. Parabéns para quem permite conhecer tais paragens mesmo que virtualmente! Um abraço"
Vitor Patronilho
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